Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.
- Ricardo Reis

16 de agosto de 2010

Pouco a pouco a cada dia.

   Eu olhava para a rua e embrulhada nos meus pensamentos, derramava as minhas lágrimas. Lágrimas que caíam na minha almofada e formavam uma pequena e redonda mancha. Pensamentos outrora tão acolhedores e agora tão insípidos. Lágrimas com tanto por dizer, com tanto por explicar, com tanto por implorar e com tanto por amar. Tempos passados e tempos perdidos.
   Nos tempos passados, se me perguntasses o motivo do meu choro, eu te diria que eram apenas saudades. Diria-te isto, e tu rias-te a pensar na tonta que eu era. 
   Mas as saudades dizem tanto. As minhas saudades eram daquele amigo especial. Daquele que esteve sempre ao meu lado e que ouvia sempre, fosse o que fosse. Três meses longe não era nada. Passavam-se num instante.
...Três meses depois...
   A distância instalou-se e deu lugar à insegurança e ao silencio e por fim., ao desconhecido. Algo mudou. As saudades aumentaram. Cresceram e cresceram e cresceram, sem nunca poderem ser saciadas. Esqueci os teus defeitos por completo e idealizei-te. Aos meus olhos ficaste perfeito. Aos olhos dos outros, eras um rapaz perfeitamente normal e ainda por amadurecer. Dezenas de mensagens não respondidas, dezenas de conversas demasiado curtas, dezenas de horas silenciosas à espera. A contar os minutos, os segundos e os milésimos de segundo por algo que nunca virá. My heart breaks once again. 
   Pouco a pouco, a cada dia, percebi uma coisa tão simples. Eu nunca senti a tua falta. O que eu senti falta foi do teu ombro amigo. Tu deixaste de aparecer. A tua figura idealizada, deu origem a uma silhueta preta que me estendia uma mão intocável. Era isso que me fazia chorar. O vazio que que preenchias voltou a ficar vago. E isso matou-me. Uma mão tão próxima de mim mas tão inatingível.

3 comentários:

HiPmp5 disse...

As nossas acções é que nos definem dai não sentires falta de uma pessoa mas sim das antigas acções dela...

bjs

Jordann Fel. disse...

Cara, adorei o teu texto e gostei muito de ter passado cá umas horas a ler algumas coisas. Continua com a tua escrita, que ela é muito valiosa. Parabéns pelo blog. Eu voltei a escrever, depois de muito tempo. Um abraço.

Senhorita Barros disse...

Olá, muito bom seu texto, vc escreve com grande intensidade e isso nos prende em sua leitura .. gostei muito ... to seguindo .... Bjuss