Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.
- Ricardo Reis

4 de agosto de 2013

I’ll be way too damaged.



Quando não estas comigo, eu fico dormente. Como se não existisse. Não quero comer, não quero dormir, não quero fazer nada, porque há somente uma coisa que o meu corpo e mente pedem. Pedem-me tu e isso eu não lhes consigo dar. Porque? Porque “não dá jeito” ao munino.
Eu sei que te disse que eventualmente quereria o meu espaço e que tu concordaste com isso. Mas quero que percebas que eu ainda não o quero, assim como também não quero que tu o queiras.
No meu íntimo, eu estou à tua espera. Quero ir viver contigo e quero que o “resto” da minha vida comece. Por mim, ficava já contigo e diria a todos que és “o Tal”. Mas tenho a certeza que embora eu seja o amor da tua vida neste momento, os momentos acabam, e que podes muito bem conhecer outra rapariga na faculdade que seja mais fascinante que eu. Que tenhas mais em comum com ela do que comigo e que de repente te encontras a querer vê-la nas sextas à noite, em vez de me quereres ver a mim. E depois eu fico só. Só, até perceberes que já não sou o amor da tua vida e depois abandonas-me e partes-me o coração pela ultima vez.
Depois de ti, nenhum outro haverá.

 I’ll be way too damaged.


5 de maio de 2013

E assim perdi o jogo.


Vendi-me. Deixei-me perder por uma velha cantiga de amor. Uma cantiga que não é nada para além do comum. Acordes básicos e monocórdicos. Simples, mas não desprovido de beleza alguma. Tudo o que me restou fui eu, suja, perdida (ainda mais do que já estou), abandonada ao relento por algo que parecia ser utópico. Já não há eu. Só vestígios, escassos vestígios de mim. Tinha esperanças de me encontrar antes que alguém o fizesse por mim. Sempre me habituei a ser eu o meu próprio cavaleiro montado no cavalo branco. Criticava tudo e todos pela verdade não tomar outra forma senão esta.
Disseste que me salvarias. Disseste que nunca me deixarias afogar e eu? Eu deixei-me acreditar. Parva que eu fui. 

27 de janeiro de 2013

My heart goes out to you


   A tua presença incomoda-me, mas incomoda-me no bom sentido. Algo nas profundezas do ser move-se quando tu entras na sala. Sei-te de cor, mas tu nem me conheces. Não te apercebes que as tuas tristezas, tornam-se nas minhas também. Como sempre, o meu coração, não; a minha alma persegue a tua, mas tu não a sentes. Mesmo que a sentisses, não sei se a reconhecerias.
   Sentas-te ao meu lado e eu ajeito-me. Fico desconfortável, nervosa, o coração a mil à hora (embora saiba que nada irá acontecer. A verdade é que apenas passarás hora e meia a meu lado sem me dizer uma palavra.), com borboletas no estômago e tu, sem sentires nada disto. Como as vozes da música portuguesa afirmam, cada traço do teu rosto, do teu olhar, cada sombra da tua voz e cada silêncio, cada gesto que tu faças, sei-te de cor.
   Não sei se hoje choras-te, mas eu senti o teu coração pulsante a latejar de dor. Senti cada soluço que tu davas, como um punhal no meu peito. Poderei estar a exagerar, ou não. A verdade é que observar-te é tudo o que consigo fazer. Sinto que talvez tu me pudesses completar, mas não sou capaz de o comprovar. O meu espírito fraqueja ao pé de ti, é como se me intimidasses. E quando ganho coragem e vou até ti, a maneira como me olhas, faz-me duvidar de mim mesma e, assim, volto à minha pequenez.
   Não sou capaz. Mesmo que queira, não sou capaz. Serás sempre aquele que eu mais desejo, mas que não consigo alcançar jamais.