Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.
- Ricardo Reis

8 de julho de 2011

I don't wanna go home.

É muito simples, na verdade. Eu não quero ir para casa. De facto, quero fugir dela.
Nos meus sonhos, há algo sempre constante, frequente e um pouco assustador, mas familiar ao mesmo tempo. Um sentimento de desolação e impotência já é firme, assim como um ligeiro sentimento de revolta?
Partir os meus pratos, os meus copos e os meus talheres favoritos, tudo por uma mera questão de libertação. Mas libertação de que? O que será que me faz sentir tão presa, tão angustiada, tão irada com este mundo, notoriamente supérfluo superficial. 
Rapidamente, como se houvesse uma rápida ascensão aos céus, eu tenho precisamente aquilo que pedi. Nada, mas percebo, que o nada, afinal, é tudo. Sim, o nada é tudo. É um buraco negro que suga toda a minha essência e me deixa de rastos. Apodera-se de mim, faz-me sentir vazia e inútil e revoltada. Um momento de silêncio vale tudo. Os meus não valem nada. Pensar que por esta altura, já eu estaria nua, mas não. Continuo vestida, roupas rasgadas, reduzidas e já gastas, mas presentes. Nem o meu apego a este mundo me salva agora, pois este, só sabe marcar-me ainda mais. Trespassando estas roupas, esta pele, estes músculos e estes órgãos, este vazio devora-me o espírito, por completo, e deixa-me, apenas, com uns quantos sonhos bastante vividos, mas um tanto repetitivos. Todos eles me comunicam o mesmo: o desespero imenso de me libertar desta casa a que chamam Lar.

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