Está frio lá fora. O frio, este frio, parece cortar-me. Fico, obviamente, golpeada e cheia de feridas. É suposto eu sentir dor. É suposto eu sangrar e chorar pela minha vida. Em vez disso, tremo o queixo, esfrego os braços na tentativa de gerar algum tipo de calor, arrependo-me de nao ter trazido um casaco ao sair de casa, mesmo sabendo que estava frio E rio-me. O vento corta, o vento magoa a minha pele e os meus ossos, mas eu rio-me. Sei que o meu corpo pode estar frio, pode estar à beira de congelar, mas a minha alma, o meu espírito, o meu ser, eles estão quentes. Eles brilham. Eles levantam as mãos dizem-me que são felizes. * Will you still love when my body starts to fade away? * . A felicidade nao dura muito. Depressa me lembro que tudo isto é temporário. A minha felicidade toma a forma de sonhos. Como nao passa tudo de um sonho, de uma utopia que apenas dura minutos, que no fim, me deixam insatisfeita. Depois de me chamarem à realidade e de me acordarem, como se nao bastasse, estragam-me os sonhos. Estragam a minha utopia, a minha quimera, como alguns dizem, estragam-me isso. Arruinam a minha felicidade. E eu rio-me na cara dessas pessoas. Porque sei, os sonhos podem ser temporariamente curtos, mas ao menos, existem e são regulares e frequentes. Voltam sempre, assim como a minha bela quimera que es tu.
Escrito num sítio frio, à tua espera...
1 comentário:
Meu deus, quero chorar.
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